quarta-feira, 18 de abril de 2012

Kanitverstan

Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes (1Tm 6.8).

Aconteceu no século passado, na Alemanha. Uma viúva disse ao seu filho, de 19 anos:
- filho, fique em casa. Não temos riquezas, porém, temos o suficiente para viver.
- Mamãe. - Respondeu o filho - eu quero tornar-me rico. Quem tem bastante dinheiro, tem tudo na vida. Ouvi falar que muita gente agora viaja para a América do Norte. Lá foram descobertas minas de ouro, e eu vou para lá. Só volto quando for milionário.
E nada adiantou a mãe implorar que ele ficasse em casa. O jovem viajou para o país vizinho, a Holanda, uma cidade portuária, a fim de embarcar no navio dos emigrantes. 
Na agência de viagem, havia pessoas que falavam o alemão. Foi-lhe dito que esperasse uma semana, até o navio chegar. Então. o moço resolveu conhecer a cidade e começou a andar pelas ruas, apreciando as novidades que encontrava. Chamou-lhe a atenção uma casa belíssima, um verdadeiro palacete na esquina da rua. Pensou:
- Quem será que mora nesta casa tão bela? Uma casa assim eu gostaria de ter!
Dirigiu-se a um homem que também estava parado na esquina e perguntou em alemão:
- Por favor, diga-me quem é o dono dessa casa? Deve ser um homem muito rico.
Este senhor não conhecia a lingua alemã, e respondeu:
- Kanitverstan. (Que significa, em Holandês: não o entendo).
O moço agradeceu a resposta; mas, achou que esse era o nome do dono da casa. Exclamou ele:
- Ah, então aqui mora o sr. Kanitverstan, deve ser um homem muito rico.
O outro senhor balançou a cabeça e disse novamente:
- Kanitverstan - por que não entendeu nada do que o rapaz disse.
E o coração do moço se encheu de inveja, e pensou: - porque eu não sou o sr. Kanitverstan? Como eu seria feliz! Espera lá. Quando eu achar uma mina de ouro na América do Norte, construirei uma casa igual a esta na minha terra natal.

Continuando o caminho, viu pela rua passar uma carruagem, puxada por cavalos brancos. Um cocheiro de uniforme com botões de ouro dirigia o veículo que estava sem passageiro. O moço pensou:
- Uma carruagem tão linda assim também quero ter um dia. Deve ser de um homem muito rico. Quem será o dono?
Perguntou a uma mulher que passava:
- De quem é esta carruagem tão bela?
Mas a senhora também não entendia alemão. Respondeu ela:
- Kanitverstan - expressando que não entendeu o que ele disse.
- Ah - disse o moço- não me admiro. Quem mora num lindo palacete, só pode ser dono dessa luxuosa carruagem.
A inveja para com o Kanitverstan aumentou e o moço suspirou:
- Que pena que não sou o sr. Kanitverstan!
De repente, ouviu uma música triste e fúnebre. Todos pararam e alguns começaram a chorar. O moço viu um carro todo revestido de pano preto e um caixão no qual estava o morto para ser levado ao cemitério. Havia muitas coroas de flores depositadas no carro. Muita gente vestida de luto acompanhava o enterro.
O moço pensou:
- Deve ser uma pessoa muito rica que morreu e agora será sepultada. Como será que se chama? - Perguntou a um homem quem era o falecido.
Mas este também não entendia o que ele queria, e disse:
- Kanitverstan.
O moço ficou assustado. Disse para si:
- Então o Kanitverstan morreu? Que pena! Um homem tão rico com um casa tão bela e carruagem de luxo! E agora ele é levado para o cemitério.
Profundamente chocado, acompanhou o grupo até o cemitério, ouviu a pregação do pastor holandês, sem entender nada. Depois que todos sairam olhou para o monte de terra e de flores e pensou:
- Ali agora está o corpo do sr. Kanitverstan. Teve de deixar todas as riquezas que possuia nesta cidade. Minha mãe tinha razão. É o eterno que se deve procurar. As riquezas deste mundo são passageiras e nada delas se leva para o além.
Então, o moço virou-se e voltou apressadamente para casa. Grande foi a alegria da mãe ao ver o filho de volta. Admirada, perguntou:
- Então, já alcançou as riquezas que tanto estava procurando?
O moço respondeu:
- Não. Voltei por causa do sr. Kanitverstan. Mãe, que linda era a casa dele, e tinha uma carruagem muito luxuosa, mas justamente naquele dia, quando esperava o navio para a América, ele morreu. Assisti o enterro e compreendi que tudo nesse mundo é passageiro e temos que deizar tudo aqui. Agora eu quero procurar as riquezas eternas das quais sempre me tem falado.
E assim o fez. Depois de um bom tempo, ficou sabendo que Kanitverstan significava " Não compreendo"; mas então agradeceu pelo engano, por que lhe serviu de indicador para a vida eterna.
A respeito disso a Biblia nos diz:

Tesouros no céu

" Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração".(Mt 6.19-21)

" Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar";(1Tm 6.7)

"Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição".(1Tm 6.9)

Leitura: 1Timóteo 6.17-19 - http://www.bibliaon.com/1_timoteo_6/

Amor sem Fronteiras - Alcides Jucksch

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