Leitura: Romanos 12.3-8 e Mateus 19.16-30
3. Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si
mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário,
tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.
4. Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função,
5. assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.
6. Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé.
7. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine;
8.
se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua
generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é
mostrar misericórdia, que o faça com alegria. (Romanos 12.3-8)
... se é contribuir, que contribua generosamente... (Rm 12.8)
Certa vez, minha comadre me disse que, em tempos passados, eu me apegava no que não tinha e que hoje, quando tenho um pouco mais, sou desapegada a coisas materiais.
Convido todos a relerem a história do jovem rico. Ele perguntou a Jesus o que deveria fazer para obter vida eterna. Jesus, em sua infinita sabedoria, começou a mencionar os mandamentos. O jovem retrucou, dizendo que já fazia tudo isso. Então Jesus lhe pediu para vender tudo o que tinha e dar aos pobres.
Jesus diz que bem-aventurado é “aquele que é pobre em espírito” (Mt 5.3) e Paulo nos ensina que repartir é dom. O jovem rico não conseguia se desprender das coisas materiais, o pobre em espírito é desprendido das coisas materiais. Assim, repartir é dom dado por Deus, porque, por nós mesmos, não somos capazes de fazê-lo.
No seu livro “Ser é o Bastante”, Carlos Queiros fala das bem-aventuranças. Segundo ele, ser pobre em espírito não significa necessariamente ser pobre de dinheiro. Significa não ser preso aos recursos; ser capaz de dar o que muitas vezes não tem para ajudar a quem precisa. Verdadeiramente, não são as riquezas que nos impedem de chegar a Deus. É, sim, o coração apegado a riquezas, a intenção de nosso centro de comando.
Conheci alguém que fala muito em dízimo e oferta de gratidão, mas nunca vi essa pessoa tirar algo de seu bolso para ajudar uma pessoa que está em falta. Tenho a impressão de que quem assim procede é meio sanguessuga: essas pessoas encostam, absorvem e são incapazes de dar. Desapegar-se e repartir não é fácil, mas é necessário. Quando encontrar pessoas assim, não as impeça de dar, e aprenda com elas a exercitar e desenvolver seus dons.
Deus, que tu possas nos ajudar a dar mais do que a pedir, a estender mais a mão para ajudar do que para ser ajudado. Dá-nos olhos claros que veem o irmão e mãos que ajudem.
Mágada é enfermeira e reside em Criciúma/SC. Orando em Família 2012