Eu, a quem tem sede, darei de
graça da fonte da água da vida (Ap
21.6).
Em Londres, capital da Inglaterra, dois ingleses estavam
comentando a situação dos pobres nos bairros.
– É de lamentar que tanta gente lá seja tão pobre!
– A culpa é deles – respondeu o outro. – Eles querem ser pobres.
Dinheiro eles não aceitam, são muito desconfiados.
– Como assim? Não entendo – disse pensativo o amigo. – Se eu
oferecer
moedas de ouro pelo preço de um pence, eles não aceitarão?
(A moeda de menor valor era o pence. Equivalente a mais ou menos 1
centavo.)
– Então vamos fazer uma aposta – sugeriu o outro. – Você alugará por
um dia uma barraca na praça central do bairro mais pobre, cobrirá a mesa com
moedas de ouro que oferecerá por um pence. Então verá que ninguém as comprará.
O outro aceitou a aposta. Combinaram que até as seis horas da noite
ele deveria vender todas as moedas.
No dia seguinte, bem cedo, lá estava ele sentado oferecendo suas moedas
aos trabalhadores que iam para as fábricas, gritando:
– Minha gente, acabem com a pobreza. Estou vendendo libras esterlinas
por um pence!
Os que passavam, riam-se dele, comentando:
– Que história é esta? Ele quer nos enganar; certamente são
pedaços de chumbo pintados com tinta imitando ouro. Quer tirar do nosso bolso o
pouco dinheiro que temos. Não vamos ser tão ingênuos e aceitar esta oferta.
Faltavam cinco minutos para as seis e o inglês não tinha vendido sequer
uma moeda. Já estava rouco de tanto gritar. Passou então um pai com seu filho
de cinco anos. O garoto, descalço e com frio, tinha ido buscar o pai na
fábrica. Quando o menino ouviu que podia comprar moedas de ouro por um pence,
ficou entusiasmado:
– Pai, compre as moedas de ouro! Vendendo-as, não preciso mais ir
para a cama com fome e ainda poderemos comprar um par de sapatos para mim.
– Filho, não deve acreditar nestes vendedores ambulantes. Ouro não
se compra por moedas de cobre.
Mas o garoto não quis dar atenção às explicações do pai.
– Papai, me dê um pence de presente.
O pai, achando que o filho queria comprar uma bala na esquina, atendeu
ao seu pedido. Porém, o menino foi correndo comprar uma moeda de ouro. O pai,
vendo que ele não acreditara nas suas palavras, achou que devia dar-lhe uma
lição. Quando passaram pela loja de um ourives, disse:
– Filhinho, este homem tem uma balança onde se pesa ouro. Ele examinará
a moeda que você comprou; então, verá que é um metal sem valor. O menino entrou
na loja e perguntou quanto valia a moeda. O ourives pesou-a, e disse:
– É ouro legítimo. Você quer vender? E lhe ofereceu uma soma
significativa.
– O quê? – gritou o pai. – É ouro mesmo? Tô rico!!! Espere aqui, vou correndo
até a praça e comprar todas as moedas que o vendedor tiver.
Mas quando chegou lá, a mesa estava vazia. O vendedor tinha ido embora,
afinal, já passava das seis horas e ele perdera a aposta: vendeu uma única
moeda de ouro. Tinha de dar razão ao seu amigo: as pessoas não queriam aceitar
a oferta generosa, preferindo continuar pobres.
É só uma história? Não. Ela se repete de certa forma todos os
dias; pois, o evangelho de Jesus Cristo, a salvação eterna, a paz com Deus e o
perdão de todos os pecados são oferecidos DE GRAÇA diariamente. Mas as pessoas
não aceitam o presente, continuando pobres.
Esta história serve para ilustrar que nós, homens, temos chance de
sair da nossa miséria interior. Não o fazemos, simplesmente, porque não
acreditamos no presente da salvação.
A Palavra nos orienta:
Porém, Deus me
deu este privilégio de anunciar... as Boas Notícias das imensas riquezas de
Cristo (Ef 3.8).
Porque dois
males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e
cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas (Jr 2.13).
Acaso não há bálsamo
em Gileade? ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha
do meu povo? (Jr 8.22).
Estendi as
minhas mãos todo dia a um povo rebelde, que anda por caminho que não é bom,
seguindo os seus próprios pensamentos (Is 65.2).
Deus não espera de nós
uma grande fé; mas espera que confiemos em um grande Deus.
Leitura bíblica: Romanos 8.31-39.
Extraído do devocional Amor Sem Fronteiras (3ªed.) de Alcides Jucksch